Conheci a Professora Rosa Godoy
nos tempos de luta do movimento docente da UFPB contra o arbítrio da ditadura
militar. Eram muitas as vozes que se faziam ouvir em defesa da autonomia
universitária e do restabelecimento do estado de direito. Mas quando
chegava a vez da reflexão histórica no contexto das análises de conjuntura, era
a voz da Professora Rosa Godoy que se impunha.
Estivemos juntos mais uma vez
como membros da equipe do Professor Neroaldo Pontes na Reitoria da UFPB. Ela
foi pró-reitora de pós-graduação e soube dar a dimensão exata dos nossos
objetivos quanto à pesquisa e à formação do quadro docente.
Cidadã em tempo integral, mesmo
nos momentos da boa camaradagem entre os mais íntimos, seu pensamento não
perdia o prumo do argumento certeiro e demolidor. Nas reuniões de trabalho,
todos esperávamos o momento em que ela tiraria a bic do canto da boca para
disparar sua opinião justa e apropriada.
Agora, a Professora Rosa Godoy
deixa a cidade de João Pessoa ,
de volta a São Paulo, seu estado de origem. Vai retomar de uma vez os “erres”
caipiras que as décadas paraibanas não conseguiram eliminar. Não sei os motivos
que a levam embora. Mas tenho a certeza de que é uma decisão pensada com
cuidado, como todas as outras que ela tomou em sua vida.
Vamos sentir sua falta,
Professora. Mas com o mesmo peso, continuaremos a sentir sua presença. Aqui
ficam os muitos discípulos que você forjou com o rigor do seu pensamento. Ficam
também os muitos amigos que você cultivou com a sua generosidade. Sobretudo,
fica para sempre na UFPB e em toda a cidade de João Pessoa a marca da sua
palavra exata contra os desmandos e desvarios dos eternos inimigos da cidadania
e do bem-estar coletivo.
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