O deputado Luiz Couto está condenado à morte. Seu erro foi ter denunciado todos os nomes dos envolvidos com o crime organizado na Paraíba, quando presidiu uma Comissão Parlamentar de Inquérito, encerrada em 2005. Foram mais de trezentos nomes apontados, entre políticos, juízes, promotores e policiais. Gente graúda que exigiu a cabeça de Luiz Couto. Sem nenhuma metáfora. Luiz Couto já teve proteção da Polícia Federal, mas a instituição achou que não cabe a ela zelar pela segurança os parlamentares. Luiz Couto que se vire. Ou morra. Depois do recente assassinato do advogado Manoel Mattos, um dos depoentes na CPI, o deputado Luiz Couto foi anunciado como o próximo da lista de extermínio. Daí, pediu novamente a proteção da Polícia Federal, mas o seu pedido caiu numa cadeia burocrática que até agora só produziu protelações. Mais uma vez, Luiz Couto que se vire. Ou morra.
O padre Luiz Couto está condenado ao inferno. Seu pecado foi ter defendido o fim do celibato e o uso da camisinha, numa entrevista ao programa “Congresso em Foco”. Por isso, está proibido de celebrar missas pelo arcebispo da capital da Paraíba. O padre Luiz Couto sempre esteve ao lado dos oprimidos e injustiçados. Suas idéias sempre contrariaram o bando mais conservador da igreja católica, que tem no atual arcebispo um de seus mais ferrenhos representantes. Nada mais natural, portanto que seja condenado à excomunhão e o conseqüente fogo do inferno.
O deputado Luiz Couto e o padre Luiz Couto não são duas pessoas distintas. Quem conhece o discurso e a prática do padre, sabe o que pode esperar do parlamentar. E vice-versa. Mas não são apenas os oprimidos e injustiçados que conhecem a coragem deste homem íntegro que se chama Luiz Couto. As forças retrógradas do coronelismo, laico ou clerical, também a conhecem. Por isso o querem morto e condenado ao inferno. Mas nós, que nos sentimos representados pelo parlamentar e incitados pelo religioso, queremos Luiz Couto vivo. E nada precisamos desejar aos seus inimigos. Estes já estão condenados pela história à morte política e ao inferno moral.
Ilustração:
William Blake - Dante's Inferno, Whirlwind of Lovers.
Obtida em www.nimbi.com
O padre Luiz Couto está condenado ao inferno. Seu pecado foi ter defendido o fim do celibato e o uso da camisinha, numa entrevista ao programa “Congresso em Foco”. Por isso, está proibido de celebrar missas pelo arcebispo da capital da Paraíba. O padre Luiz Couto sempre esteve ao lado dos oprimidos e injustiçados. Suas idéias sempre contrariaram o bando mais conservador da igreja católica, que tem no atual arcebispo um de seus mais ferrenhos representantes. Nada mais natural, portanto que seja condenado à excomunhão e o conseqüente fogo do inferno.
O deputado Luiz Couto e o padre Luiz Couto não são duas pessoas distintas. Quem conhece o discurso e a prática do padre, sabe o que pode esperar do parlamentar. E vice-versa. Mas não são apenas os oprimidos e injustiçados que conhecem a coragem deste homem íntegro que se chama Luiz Couto. As forças retrógradas do coronelismo, laico ou clerical, também a conhecem. Por isso o querem morto e condenado ao inferno. Mas nós, que nos sentimos representados pelo parlamentar e incitados pelo religioso, queremos Luiz Couto vivo. E nada precisamos desejar aos seus inimigos. Estes já estão condenados pela história à morte política e ao inferno moral.
Ilustração:
William Blake - Dante's Inferno, Whirlwind of Lovers.
Obtida em www.nimbi.com
3 comentários:
Merecidíssimo artigo, Ronaldo.
Vida a Luiz Couto.
Ronaldo,
Concordo com você em gênero, número e grau. Mas, precisamos mobilizar a opinião pública em favor de algo mais concreto. Alguma coisa precisa ser feita e já! Luiz Couto não merece o silêncio e a omissão dos paraibanos.
Olá, Poeta!
Crônica-libelo que nos redime, mesmo por osmose, da cumplicidade pelo silêncio. Bravo!
Ps. Aproveito para render-me, também, à tua verve sociológica, ética e lucidamente exercitada em "Senhores e Escravos". Bravíssimo!!!
(Teu poeta menor, j.a.assunção)
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