Para Waldir Pedrosa Amorim
Sessenta vezes o poeta
deu voltas em torno do sol
em busca da luz
que lhe mostrasse a palavra perdida.
E a cada nova estação
a palavra faltava ao encontro marcado
com o poeta.
Fez também o poeta
vinte e um mil,
oitocentos
e quarenta e oito
voltas em torno de si mesmo.
E a cada metade de luz
em que a palavra ao longe acenava,
sucedia uma metade de sombra
em que ela novamente
se perdia.
Por mais tempo que viva,
restará ao poeta as palavras-migalha
jogadas pelo tempo
como esmola
no seu chapéu de pedinte,
que ele catará ao fim do dia,
ávido de re-encontrar o verbo
que nunca chegou a conhecer.
deu voltas em torno do sol
em busca da luz
que lhe mostrasse a palavra perdida.
E a cada nova estação
a palavra faltava ao encontro marcado
com o poeta.
Fez também o poeta
vinte e um mil,
oitocentos
e quarenta e oito
voltas em torno de si mesmo.
E a cada metade de luz
em que a palavra ao longe acenava,
sucedia uma metade de sombra
em que ela novamente
se perdia.
Por mais tempo que viva,
restará ao poeta as palavras-migalha
jogadas pelo tempo
como esmola
no seu chapéu de pedinte,
que ele catará ao fim do dia,
ávido de re-encontrar o verbo
que nunca chegou a conhecer.
Ilustração obtida em: terrag2.pbwiki.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário