Diga o que lhe vem à cabeça. Não censure nada. E se você achar que é tolo ou vergonhoso o que lhe ocorrer, por isso mesmo é que você deve dizê-lo. Era isto o que Freud pedia aos seus pacientes. É a regra fundamental para que uma análise seja bem sucedida.
De minha parte, considero que esta regra deve estar no fundamento de toda convivência humana. Todos temos o direito de dizer tolices, bobagens, besteiras, idiotices, cretinices, blasfêmias, preconceitos, vulgaridades, além, é claro, de coisas sensatas e inteligentes.
Confesso que fico irritado quando ouço na rua o carrinho de som de um camelô de CDs piratas tocando um forró ou um funk pornográficos. Pior ainda quando o mau gosto vem amplificado pelo som de algum carrão. Mas logo me convenço que eles têm todo o direito de ouvir a música que bem entenderem, desde que respeitem os limites de decibéis permitidos por lei.
De minha parte, considero que esta regra deve estar no fundamento de toda convivência humana. Todos temos o direito de dizer tolices, bobagens, besteiras, idiotices, cretinices, blasfêmias, preconceitos, vulgaridades, além, é claro, de coisas sensatas e inteligentes.
Confesso que fico irritado quando ouço na rua o carrinho de som de um camelô de CDs piratas tocando um forró ou um funk pornográficos. Pior ainda quando o mau gosto vem amplificado pelo som de algum carrão. Mas logo me convenço que eles têm todo o direito de ouvir a música que bem entenderem, desde que respeitem os limites de decibéis permitidos por lei.
Claro que também me irrita o discurso intolerante e mal informado que ouço nas filas e feiras. Pior ainda quando vem amplificado pelos portadores de títulos e comendas. Mas logo me convenço que eles têm o direito de falar o que bem entenderem, desde que me permitam também expressar minha opinião.
A morte é uniforme. Só os regimes ditatoriais e as instituições fundamentalistas rejeitam a multiplicidade de pensamentos e a polifonia dos discursos, excluindo do seu convívio, muitas vezes com a morte, quem ousar ser minimamente diferente.
A morte é uniforme. Só os regimes ditatoriais e as instituições fundamentalistas rejeitam a multiplicidade de pensamentos e a polifonia dos discursos, excluindo do seu convívio, muitas vezes com a morte, quem ousar ser minimamente diferente.
A vida é polimorfa. Cada ser vivo é único em sua maneira de estar no mundo. No caso do ser humano, a diferença é a condição essencial para a sua constituição como sujeito. Para Roland Barthes, num mundo em que só houvesse diferenças não haveria lugar para a exclusão. Aceitar-me como diferente e aceitar a diferença no meu semelhante. Falar e deixar falar dessas diferenças. Esta é a regra fundamental.
Ilustração: Gente, de Pedro Charters
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