25 setembro 2006

Carta de Pedra



Sono de pedra
no leito do rio.
Sonho da pedra:
Enigma Ingá.

Como quero te arrancar
das entranhas desta rocha.
Quanto desejo o recado
marcando lugar e hora
do encontro com teu sentido.

Antes da história
alguém me amava
e escreveu esta carta para mim.

Afago a letra da pedra
e encontro o calor antigo
das mãos do antigo poeta.

Enigma Ingá.
Carta de amor
aberta.
Impenetrável.

De Tecelagem Noturna (2000)

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa poesia é uma saudade universal do que não vivemos, uma homenagem ao que não pudemos conhecer. Bom de reler