Pois bem, para não parecer um retrógado ressentido, venho me lançar no mercado como Personal Person. E o que vem a ser exatamente um personal person?
Trata-se, obviamente, de uma pessoa (eu, no caso) que se propõe a agir como um ser humano comum, sujeito a variações de humor e condições de saúde. Isto é bom, porque oferece o elemento surpresa, o cliente nunca sabendo exatamente como eu vou chegar. Pode me pegar de bom humor ou completamente sorumbático, o que irá definir o tipo de assunto a ser conversado. Podemos falar de trivialidades, como o mais novo CD da Lady Gaga, ou pegar pesado com as previsões recentes sobre a economia global.
Como personal person posso ser usado numa fila de banco, na sala de espera do médico ou nos intervalos cada vez maiores das novelas. Mas o meu melhor aproveitamento será numa mesa de bar ou restaurante. Aí é que se disporá de um tempo agradável de espera, entre o pedido ao maitre e a vinda do garçom. Nada de self-service, portanto. Será aí, na penumbra e ao som de um piano que o seu personal person exercerá todo o encanto de uma pessoa ao mesmo tempo comum e diferenciada. Desde que seja pago por isso. Regiamente pago, bem entendido, como todo personal-qualquer-coisa que se preza.
Um comentário:
Amei esta proposta.
Quem sabe a ideia do personal person se espalha e conseguimos mais gente de verdade por aí...
Sem maldade, mas se a invenção do personal training não foi assim, garanto que a seguinte já usou a ideia com este propósito.
Bem vindo ao clube dos mau humorados!
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