O artista nasceu em Tóquio, 1760, com o nome de Tokitarō, no bairro de Katsushika. Daí o nome que adotou em 1805: Katsushika Hokusai. Mudava de nome quando mudava de estilo. Dizem que teve mais de trinta nomes em sua vida.
Definitivamente, Hokusai era um artista de vanguarda, de fazer inveja a qualquer geniosinho contemporâneo. Já em 1804, durante um festival de Tóquio, pintou com vassouras e baldes de tinta um retrato de 180 metros de um monge budista. Desafiado por um Shogun a competir com artistas mais velhos, pintou, na frente do chefe guerreiro, uma curva azul no papel, pondo para caminhar em cima dela uma galinha com os pés mergulhados em tinta vermelha. Inventou que era a paisagem de um rio com folhas vermelhas flutuando. Ganhou a competição.
Exatamente por ser obra de um gênio, “A grande onda” causa espanto a quem a vê agora, depois da tragédia que se abateu sobre a terra do artista. Ali, os homens desafiam a natureza e tudo faz crer que serão derrotados. É impossível olhar a xilogravura e não sentir a angústia que a fúria das forças naturais causa quando nos ameaça de morte. É impossível não sentir a fragilidade dos instrumentos com que desafiamos as forças da natureza.
Em todos os tempos, os barcos naufragam e os artistas nascem e morrem. O Monte Fuji permanecerá soberano, alheio ao sofrimento dos homens e aos movimentos das ondas.
3 comentários:
Bela crônica. Posso colocá-la no meu blog, claro colocando os devidos créditos.
é, mas eu acho que essa onda tá querendo comer o Fuji também
quem sabe um dia uma não consegue
E quando será que aprenderemos com isto?
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