Em cuba, 150 jovens furaram o bloqueio dos agentes de segurança para assistir ao primeiro show do Los Aldeanos, cujos raps falam de questões sociais proibidas de ser discutidas em Cuba, como a prostituição, a desigualdade e a corrupção.
Em um templo budista de 400 anos, no centro de Tóquio, o monje Kansho Tagai mistura o rap com os sutras, versos que condensam os ensinamentos do budismo.
Se existe um ritmo universal, hoje, este ritmo é o rap. Não vou chamá-lo de música para não ferir os ouvidos mais delicados, já que o termo é a abreviatura de rhythm and poetry, ou seja, ritmo e poesia. A melodia fica por conta de cada um dos cantores que se viram para encaixar nos compassos os versos quilométricos que em sua grande maioria denunciam a violência na periferia das grandes cidades. No Brasil, ele serve para discutir os problemas das comunidades pobres e marginalizadas, dando voz e visibilidade àqueles que de outra forma estariam fadados ao esquecimento e à morte.
O rap surgiu na Jamaica, nos anos 60, de onde foi exportado para os bairros negros de Nova York. Aí juntou-se à street dance e ao grafite para formar a cultura hip-hop. Daí ganhou, literalmente, o mundo. E pelas últimas notícias que temos, a sua força encontra aliados das mais diversas ideologias.
Quem andou torcendo o nariz para o rap, vai ter que se acostumar com o este som rústico e essas letras quilométricas. Coisa de negro, como disse um deles. Coisa dos homens, acrescento eu, que procuram uma forma de expressão para essa angústia do desenraizamento. Coisa deste mundo, que só será salvo da extinção com o auxílio do ritmo, da poesia e um pouco de música, se possível.
Um comentário:
com o auxílio do ritmo, da poesia e um pouco de música, se possível.
Como diria o Tio Google: você quis dizer: melodia, é isto?
Todas estas expressões e mais os piercings e as tatuagens não te parecem padrões tribais? Necessidade de pertencimento, de fazer parte de um clã?
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