Cubra as vergonhas, dizia minha avó com seu forte sotaque português. Tenha vergonha na cara, zangava meu pai ao menor deslize meu. Deixe de ser sem-vergonha, disse a namorada à primeira deriva da mão. Pra que tanta vergonha, disse a mulher feita a quem pela primeira vez me mostrei nu.
E agora me vejo neste sonho em que tento cobrir as vergonhas, mostrar ter vergonha na cara, sentir vergonha das intenções das mãos e perder, por fim, a vergonha de estar nu. E assim, despido de panos e vergonha, passeio pela praça a meia luz, alheio aos olhos dos passantes.
Saio das sombras do sonho e me deparo comigo sozinho na cama. Sem o conselho da avó, sem a zanga do pai, sem a reprimenda da namorada nem o deboche da mulher sabida. E choro, choro muito, choro pela enorme vergonha de estar só.
Imagem obtida em: podcast.lucianopires.com.br/.../vergonha.jpg
E agora me vejo neste sonho em que tento cobrir as vergonhas, mostrar ter vergonha na cara, sentir vergonha das intenções das mãos e perder, por fim, a vergonha de estar nu. E assim, despido de panos e vergonha, passeio pela praça a meia luz, alheio aos olhos dos passantes.
Saio das sombras do sonho e me deparo comigo sozinho na cama. Sem o conselho da avó, sem a zanga do pai, sem a reprimenda da namorada nem o deboche da mulher sabida. E choro, choro muito, choro pela enorme vergonha de estar só.
Imagem obtida em: podcast.lucianopires.com.br/.../vergonha.jpg
Um comentário:
Belo texto, Ronaldo! E forte...
Postar um comentário