28 março 2014

Teoricamente


Teoricamente, eu estou morto. Pelo menos é o que atestam todos os exames recentes que o médico me pediu. Ácido úrico, colesterol, triglicerideos, está tudo lá em cima. Isto sem falar no mapa de pressão arterial que me colocaria no livro do Guiness, se houvesse interesse em registrar este tipo de recorde.

Pelo que está acontecendo comigo ultimamente, acho que a coisa não é tão teórica assim. Abstraindo, até onde for possível, alguns achaques leves próprios à idade, vivo num estado de bem-estar que beira a beatitude. Tive, recentemente, uma semana inteira de alegria ao ver o meu trabalho sendo curtido por crianças e adultos na Semana Literária da Estação Ciência que me deu a honra de ser o autor convidado. Ao perceber o encantamento das crianças pelos poemas expostos, um professor de uma escola municipal de Cabedelo, sabendo que eu moro na cidade, preparou, junto com os alunos, uma homenagem para mim. Isto sem falar na satisfação que me dá o acolhimento de Cila, meu livro-poema mais recente (eu ia escrevendo “último”, mas corrigi a tempo) que lancei no último dia da tal Semana. Parece homenagem póstuma, com a pequena diferença de contar com a minha presença.


Desde que comecei a estudar, de vez em quando escuto que “nada é tão prático quanto uma boa teoria”. Espero, portanto, que as coisas se atenham ao âmbito teórico, dispensando as provas empíricas. Vou voltar ao médico, me submeter a todas as exigências regimentais para tentar voltar a peso e taxas próximos do normal. Sei o quanto vão me exigir em cortes de alimentação e prazeres. Portanto, se vocês me virem por aí, pálido esquálido e cabisbaixo, não se assustem: sou eu, novamente, esbanjando saúde.   

3 comentários:

Rejane Medeiros disse...

Espero que você se empenhe nessa nova etapa de sacrifícios pois precisamos da sua poesia e da sua companhia. Saudades. Bjs

Juljan Lima Palmeira disse...

Muito bom. Passei e estou passando pelo mesmo processo e digo que vale totalmente a pena. Emagreci 25 quilos nos últimos doze meses e me sinto bem melhor. Parabéns pelo texto e pela atitude.

Juliêta Barbosa disse...

Vá, mas volte! Com os seus dedos cheios de poesia, sempre, e mais e mais. Boa saúde!