Estou cada vez mais convencido de que o mundo vai acabar. Pode nem ser em 2012, mas que vai acabar, isso vai. Já estamos quase no fim de maio e o tempo ainda não refrescou.
Maio, como todo mundo sabe, é o mês das flores, precedido pelas apressadas rosas de abril, do Caymmi. Isto quer dizer que, por esta época do ano, o tempo deveria estar fresco, caminhando para o friozinho de junho. Daí, não deveria faltar flores para os altares de Nossa Senhora e os buquês do dia das mães.
Maio, como todo mundo sabe, é o mês das flores, precedido pelas apressadas rosas de abril, do Caymmi. Isto quer dizer que, por esta época do ano, o tempo deveria estar fresco, caminhando para o friozinho de junho. Daí, não deveria faltar flores para os altares de Nossa Senhora e os buquês do dia das mães.
Mas andaram soltando umas bombas, queimando umas matas, liberando uns gases, fazendo umas fumaças e o tempo foi mudando aos poucos. Até que, de repente, nos apercebemos que já é fim de maio e não temos flores.
E se fosse só a falta de flores, a gente dava um jeito, mandando vir algumas toneladas delas made in china. O problema é que chove onde devia fazer sol, torra o sol onde devia estar chovendo. Morre gado de calor no Nepal, pega-se peixe com a mão nas ruas das cidades de Santa Catarina. Na Europa, morre-se aos milhares de frio no inverno e morre-se de calor, também aos milhares, no verão.
Não sou nenhum especialista em ecologia para falar com conhecimento de causa sobre as mudanças climáticas. Mas tenho o mal costume de prestar atenção nas coisas. Estive no fim de abril em São Paulo e fui preparado para enfrentar as quedas bruscas de temperatura que costumam pegar de surpresa até os mais ferrenhos paulistanos. Pois durante os dez dias que fiquei por lá, fez um calor patoense. A vantagem é que descobri que os paulistanos, principalmente as paulistanas, tem pescoços, ombros, colos, costas, pernas, como todos nós daqui.
Voltando a maio e às flores, ainda restam uns bons dez dias. Pode ser que até lá caia uma chuva boa, suba um cheiro bom de terra molhada e brote pelos cantos algumas flores. Precisamos delas, como Noé precisou do ramo de oliveira no bico do pássaro. Como um signo, uma promessa que ainda não será desta vez. Que talvez consigamos ir além de 2012. Que talvez consigamos criar juízo e cuidar deste planeta que teve o azar de acolher a espécie mais louca de todas que possam existir no universo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário