Teoricamente, eu estou morto.
Pelo menos é o que atestam todos os exames recentes que o médico me pediu.
Ácido úrico, colesterol, triglicerideos, está tudo lá em cima. Isto sem falar no
mapa de pressão arterial que me colocaria no livro do Guiness, se houvesse
interesse em registrar este tipo de recorde.
Pelo que está acontecendo comigo
ultimamente, acho que a coisa não é tão teórica assim. Abstraindo, até onde for
possível, alguns achaques leves próprios à idade, vivo num estado de bem-estar
que beira a beatitude. Tive, recentemente, uma semana inteira de alegria ao ver
o meu trabalho sendo curtido por crianças e adultos na Semana Literária da
Estação Ciência que me deu a honra de ser o autor convidado. Ao perceber o
encantamento das crianças pelos poemas expostos, um professor de uma escola
municipal de Cabedelo, sabendo que eu moro na cidade, preparou, junto com os
alunos, uma homenagem para mim. Isto sem falar na satisfação que me dá o
acolhimento de Cila, meu livro-poema mais recente (eu ia escrevendo “último”,
mas corrigi a tempo) que lancei no último dia da tal Semana. Parece homenagem
póstuma, com a pequena diferença de contar com a minha presença.
Desde que comecei a estudar, de
vez em quando escuto que “nada é tão prático quanto uma boa teoria”. Espero,
portanto, que as coisas se atenham ao âmbito teórico, dispensando as provas
empíricas. Vou voltar ao médico, me submeter a todas as exigências regimentais
para tentar voltar a peso e taxas próximos do normal. Sei o quanto vão me
exigir em cortes de alimentação e prazeres. Portanto, se vocês me virem por aí,
pálido esquálido e cabisbaixo, não se assustem: sou eu, novamente, esbanjando
saúde.
3 comentários:
Espero que você se empenhe nessa nova etapa de sacrifícios pois precisamos da sua poesia e da sua companhia. Saudades. Bjs
Muito bom. Passei e estou passando pelo mesmo processo e digo que vale totalmente a pena. Emagreci 25 quilos nos últimos doze meses e me sinto bem melhor. Parabéns pelo texto e pela atitude.
Vá, mas volte! Com os seus dedos cheios de poesia, sempre, e mais e mais. Boa saúde!
Postar um comentário