Você pode estudar muito
e se tornar um bom médico, um ótimo psicólogo, um excelente enfermeiro. Mas não
tem livro que ensine você a cuidar dos outros.
O cuidado é uma
arte cada vez mais rara entre as pessoas. E quase inexistente entre os
profissionais de saúde. Uns alegam falta de tempo, outros se bastam com sua
competência técnica. Outros ainda se deleitam sadicamente com o poder que
exercem sobre seus pacientes, aumentando deliberadamente o sofrimento alheio.
Considero-me privilegiado
quando encontro quem cuide de mim para além de meus achaques físicos. Quando
sinto que a escuta ultrapassa a fronteira da minha anatomia com suas mazelas e
se abre para toda a dimensão da minha existência.
Estou tocando
neste assunto porque hoje é o aniversário de uma dessas artistas do cuidado.
Uma que, antes de bisbilhotar sobre os estragos do tempo e do mal uso nesta
frágil carcaça, abre-me um sorriso que me assegura que cuidará de mim, seja lá
o que eu tenha feito de ruim com o meu fígado.
Alguns a chamam
de Doutora Fátima. Eu me reservo o direito de chamá-la, carinhosamente, de
Madame Duques. De um modo ou de outro, é a melhor pessoa que me ocorre chamar
quando estou precisando de cuidado.
2 comentários:
OLA,
Muito oportuno este artigo.O descuidado está minando todo e qq relação inter vida.Esta "ideologia" do descuido ,sabemos, serve bem a um modelo que é ,a priori,contra a vida!
ABÇ PEDRO!!!
Bonito e sério este teu texto-denúncia. Mostra como você, se é sensível aos cuidados, também deve ser um cuidador.
abraço,
Angela
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