Desde que me mudei de vez pra
Cabedelo, tinha vontade de pendurar a televisão na parede do quarto. Coisa
simples, pensava. Claro que não seria eu a fazer o serviço, mas na mão de um
bom faz-tudo o trabalho não duraria mais de meia hora.
Suporte comprado, furadeira nova,
serviço contratado, dali a pouco eu estaria jogado na cama vendo “Vale a pena
ver de novo”. Estaria?
A primeira dificuldade se
apresentou com a teimosia dos parafusos em não querer abandonar a base da
televisão à qual estavam ligados desde a maternidade. Foi preciso sair para
comprar uma chave estrela.
O segundo obstáculo foi a ausência
de um manu al de instalação. As
instruções estavam sucintamente impressas na embalagem, com ilustrações
minúsculas que mais confundiam do que orientavam a equipe de montadores.
Equipe, sim, pois, além dos dois trabalhadores, eu fui incorporado ao grupo
para tentar decifrar as instruções.
Traduzidos os hieróglifos,
concluímos que não tínhamos uma chave sextavada para parafusar as bases na
parede. Saí novamente para comprar parafusos de fenda.
Já noitinha, televisão fixa na
parede, trabalhadores apressados para não perder o último trem, descubro que o
cabo da antena não estava conectado. Lá vamos eu e minha mulher desenganchar a
televisão da parede para consertar o esquecimento. Jeitosos como Deus nos
criou, correu-se sério risco de ver desabar parede abaixo o nosso patrimônio
comprado a prestação para assistir o fiasco da seleção na última copa.
Acredito que este foi o último
servicinho que precisamos fazer desde que inicamos a “última” reforma, no
começo do ano. Ainda tem uma pequena infiltração na entrada do meu quarto que
prometeram resolver amanhã. E me garantiram que amanhã mesmo terminam a
pintura. Estamos exaustos, os olhos irritados de poeira e as contas bancárias
exauridas. Juro por Deus que vai demorar muito até que eu me atreva a fazer o
mais mínimo servicinho aqui em casa.
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