Desde janeiro de 2010 que ocupo este espaço no Contraponto
com minhas crônicas. Chovesse ou fizesse sol, de casa ou de um hotel, nunca
deixei este espaço em branco. Foram mais de cento e quarenta crônicas (boas,
ruins ou sofríveis) inspiradas no que meus olhos viram nesses três anos. Acho
que está na hora de dar um tempo.
Não tenho um motivo específico para tomar esta decisão. É
apenas um sentimento difuso de que já não tenho muito a dizer. Isto coincide
com a minha necessidade de voltar ao ponto de partida da minha escrita, os
poemas, que há muito reclamam um tempo específico nos meus afazeres de
escritor.
Vejam bem o que eu disse: estou apenas dando um tempo neste
espaço semanal. O que significa dizer que, sempre que me surgir uma ideia que
valha a pena, mando para o Contraponto o que ela me render como escrita. Se vai
ou não ser publicado, fica por conta da Mariana e do João Manoel.
Foi grande o prazer de ocupar este espaço. Foi grande também
a responsabilidade, pois, à medida em que
ia conhecendo meus leitores, passei a ter cuidado com o estilo de cada
crônica. Tive que desenvolver uma linguagem que atingisse o balconista da
farmácia, o dono da oficina de eletrônica e as atendentes do Maurílio de
Almeida, sem ficar mal na fita com meus amigos escritores e professores de
literatura. Claro que algumas vezes tive que desagradar a uns e a outros, mas,
no geral, acho que me saí bem.
Uma coisa quero que fique clara: não existe coisa mais
gratificante do que ser parado na rua por uma pessoa emocionada pelo conteúdo
de uma determinada crônica. Fico feliz sabendo que alguns dos meus textos
fizeram algumas pessoas refletir sobre algo que até então lhes passava
desapercebido. Gosto também de saber que muita gente compartilhou de alguns
aspectos da minha intimidade cotidiana.
Só peço que não tomem esta trégua como um gesto de renúncia.
Isto é coisa para os papas. Vou continuar a publicar no meu blog
(blog-do-rona.blogspot,com), mas sem o compromisso da periodicidade. Quando der
na telha, faço uma postagem por lá. Vocês não vão se ver livre de mim,
definitivamente. Estou só dando um tempo. Mais cedo ou mais tarde, a gente se
vê.
2 comentários:
até breve ou... até lá.
NÃO ADMITIMOS!!!!
Postar um comentário