Ela ia por um lado da calçada.
Ele ia na calçada do outro lado.
Ela de terninho e salto alto.
Ele de tênis, jeans e camiseta.
Ela olhou para ele invejosa.
Ele olhou para ela com cobiça.
Ela olhou o relógio e teve pressa.
Ele viu, pelas sombras, que era cedo.
O sinal de pedestres ficou verde.
O desejo dos dois ficou maduro.
Ela pisou na faixa com cuidado.
Ele fez da calçada um trampolim.
No rio sem nexo dos corpos mergulharam
dois corpos que se buscam e se erram.
O que tentaram fazer foi proibido
Pelo atropelo da humana correnteza.
E o que tentaram dizer foi abafado
pelo carrinho de CD pirata.
E cada um foi arrastado ao lado oposto,
vazio do objeto desejado.
Ele pediu com a mão uma promessa.
Ela acenou adeus e foi-se embora.
Já tinham dado na curta caminhada
Todos os passos do amor que o amor passa.
Ele ia na calçada do outro lado.
Ela de terninho e salto alto.
Ele de tênis, jeans e camiseta.
Ela olhou para ele invejosa.
Ele olhou para ela com cobiça.
Ela olhou o relógio e teve pressa.
Ele viu, pelas sombras, que era cedo.
O sinal de pedestres ficou verde.
O desejo dos dois ficou maduro.
Ela pisou na faixa com cuidado.
Ele fez da calçada um trampolim.
No rio sem nexo dos corpos mergulharam
dois corpos que se buscam e se erram.
O que tentaram fazer foi proibido
Pelo atropelo da humana correnteza.
E o que tentaram dizer foi abafado
pelo carrinho de CD pirata.
E cada um foi arrastado ao lado oposto,
vazio do objeto desejado.
Ele pediu com a mão uma promessa.
Ela acenou adeus e foi-se embora.
Já tinham dado na curta caminhada
Todos os passos do amor que o amor passa.
Ilustração:Av. Paulista, 1891. Aquarela sobre papel de Jules Martin, in http://www.webwriter.jor.br/
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