Existe vida após a morte, afirmam crentes de vários credos. Acho que a frase está invertida. O certo mesmo é que existe morte após a vida. Não vejo nenhum sentido, por exemplo, em receber, depois de morto, um camisolão branco e uma lira para cantar loas eternas ao Criador. Por maior que seja a paciência divina, um dia Ele enxotaria o bando de puxa-sacos para o andar de baixo.
Muito menos aceito a idéia de que exista um mundo um pouco acima do nosso, em tudo idêntico ao nosso, de onde os mortos dariam palpites em nossa vida. Se é para continuar a fazer o mesmo que fazemos em vida, pra quê, me digam, morrer?
Isto sem falar na hipótese da transmigração, em que eu posso voltar a este mundo na forma de algum animal, vegetal, ou mesmo mineral. Claro que sentiria um certo orgulho em ter sido a pedra inspiradora do célebre poema do Drummond, mas não me sentiria muito bem sendo a barata de Clarisse Lispector.
Talvez o leitor esteja perguntando o motivo dessas digressões sobre a morte. É que andei meio doente esta semana e me botei a pensar no que aconteceria depois da minha morte. Claro que não me preocupei com os sobreviventes. Mais cedo ou mais tarde, eles se acostumariam com minha ausência e continuariam tocando suas vidas. O problema maior era comigo.
É impossível para qualquer pessoa pensar o mundo sem a sua presença. Freud já dizia que não há representação da morte em nosso inconsciente. Pela razão pura e simples de que ainda não tivemos a experiência da morte. Pelo menos da morte deste eu que insistimos em idolatrar. De minha parte, tenho a maior dificuldade em me imaginar vivo depois da morte. Por mais que seja eu que esteja vivo, serei sempre um eu... morto. E se houver reencarnação não serei, ainda bem, o mesmo desta vida.
Felizmente, começo a semana bem melhor de saúde. Posso deixar este problema para mais tarde. Bem mais tarde, espero.
Muito menos aceito a idéia de que exista um mundo um pouco acima do nosso, em tudo idêntico ao nosso, de onde os mortos dariam palpites em nossa vida. Se é para continuar a fazer o mesmo que fazemos em vida, pra quê, me digam, morrer?
Isto sem falar na hipótese da transmigração, em que eu posso voltar a este mundo na forma de algum animal, vegetal, ou mesmo mineral. Claro que sentiria um certo orgulho em ter sido a pedra inspiradora do célebre poema do Drummond, mas não me sentiria muito bem sendo a barata de Clarisse Lispector.
Talvez o leitor esteja perguntando o motivo dessas digressões sobre a morte. É que andei meio doente esta semana e me botei a pensar no que aconteceria depois da minha morte. Claro que não me preocupei com os sobreviventes. Mais cedo ou mais tarde, eles se acostumariam com minha ausência e continuariam tocando suas vidas. O problema maior era comigo.
É impossível para qualquer pessoa pensar o mundo sem a sua presença. Freud já dizia que não há representação da morte em nosso inconsciente. Pela razão pura e simples de que ainda não tivemos a experiência da morte. Pelo menos da morte deste eu que insistimos em idolatrar. De minha parte, tenho a maior dificuldade em me imaginar vivo depois da morte. Por mais que seja eu que esteja vivo, serei sempre um eu... morto. E se houver reencarnação não serei, ainda bem, o mesmo desta vida.
Felizmente, começo a semana bem melhor de saúde. Posso deixar este problema para mais tarde. Bem mais tarde, espero.
Imagem obtida em: harpad.com.sapo.pt