Estava vendo na MTV um especial sobre a cultura hip hop no Brasil e no mundo. Um dos entrevistados era o MV Bill, aquele do documentário sobre os falcões do tráfico. A certa altura do depoimento dele, começou a pipocar uns tiros, não se sabe onde. MV Bill parou a entrevista, ficou teso e falou com um tremor na voz: “assim é foda, cara. A gente tá aqui dando entrevista, fazendo oficina e os caras já entram atirando. Dá vontade de largar de vez essa porra”.
Aí eu fiquei pensando: se um negão desse tamanho, conhecedor profundo da cultura da violência em todas as favelas do Brasil, treme nas bases quando escuta um tiroteio, o que será que sente uma pessoa comum, uma mãe, uma criança, quando a chapa esquenta e a bala canta.
Não ficou claro no vídeo se os tiros eram da polícia ou de uma gang. Tanto faz. A violência é a mesma. Uma bala perdida encontra sempre um endereço de chegada.
Aprendi a gostar do MV Bill depois que li “Cabeça de Porco”, o livro escrito por ele, o seu empresário Celso Athayde e o sociólogo Luiz Eduardo Soares. Tremi nas bases quando li seu desabafo final: “Ver esses jovens alucinados se autodestruindo é como ver uma bomba ser detonada e começar a contar para então juntar os cacos. É essa a sensação que tenho, uma bomba que vai explodir”.
Estamos em plena explosão. Por isso trememos nas bases. Os cacos estão espalhados por aí, esperando ser juntados.
Aí eu fiquei pensando: se um negão desse tamanho, conhecedor profundo da cultura da violência em todas as favelas do Brasil, treme nas bases quando escuta um tiroteio, o que será que sente uma pessoa comum, uma mãe, uma criança, quando a chapa esquenta e a bala canta.
Não ficou claro no vídeo se os tiros eram da polícia ou de uma gang. Tanto faz. A violência é a mesma. Uma bala perdida encontra sempre um endereço de chegada.
Aprendi a gostar do MV Bill depois que li “Cabeça de Porco”, o livro escrito por ele, o seu empresário Celso Athayde e o sociólogo Luiz Eduardo Soares. Tremi nas bases quando li seu desabafo final: “Ver esses jovens alucinados se autodestruindo é como ver uma bomba ser detonada e começar a contar para então juntar os cacos. É essa a sensação que tenho, uma bomba que vai explodir”.
Estamos em plena explosão. Por isso trememos nas bases. Os cacos estão espalhados por aí, esperando ser juntados.